Psicografia – A Caridade

"Boa noite meus queridos amigos, nossos muito queridos irmãos.
Mais uma noite de partilha e de estudo, juntos, como convém à causa do Amor e da evolução da Humanidade.
O tema desta noite, é um dos nossos mais queridos objeto de estudo e profunda reflexão. "Ninguém é bom por acaso, a virtude deve ser bem aprendida" - Chico Xavier, diz na folha aqui ao nosso lado.
Reflexão profunda - apliquemo-la então ao tema de hoje - a Caridade.

A caridade, tal como as virtudes a serem aprendidas, tem muitas camadas, muitos processos, e pelo meio muitas etapas que se fundem umas nas outras. A caridade é uma energia do Amor - ela não pode caber numa fórmula que gostaríeis de aplicar em todas as situações. Assim seria muito fácil, mas mecânico e isento das qualidades da Verdade.

Nos primeiros estágios, o Homem aprende que a caridade é sinónimo de generosidade e partilha no bem. Aqui, o homem vai aprendendo a vencer o egoísmo que mora dentro de si, e é convidado a dividir, a partilhar e a dividir para multiplicar. Depois, ao avançar neste aprendizado, o homem compreende que, a verdadeira caridade é reservada, discreta e gentil - nesta etapa o Homem integra o Ego e conquista os grilhões impostos pela vaidade. Aqui, a caridade é praticada com alegria, com amizade e boa-vontade, um trabalho de bastidores.

Prosseguindo na sua evolução: "Ninguém é bom por acaso, a virtude deve ser bem aprendida" - o Homem, por conta de se imbuir da energia da caridade de forma constante, na busca de si mesmo, trabalhando com afinco nesta plantação de amor, é compensado no seu esforço com o estágio seguinte: a caridade é hábil no uso da verdade. E o Homem começa a compreender que afinal, quando vencida a vaidade, certos atos de caridade devem ser manifestamente públicos, por forma a não só melhorar as condições de muitos, mas também de servir de exemplo e de tutoriais a outros, que também eles trilhando o caminho do Amor, necessitam de professores, mentores e mestres que lhes apontem o caminho.

E os dias sucedem-se, e as noites se fazem presentes, e o Homem caminha, constrói, aprende, evolui e começa a perceber que a verdadeira caridade é uma energia, não só um modo de ser, é uma energia plena de Amor, que contém, entre muitas outras partículas:
- o atributo da responsabilidade - a pessoa caridosa não culpa o outro mas procura na sua conduta as falhas que deram origem ao conflito e o alimentam ...
- serenidade - a pessoa que conhece a verdadeira caridade, sabe que não basta só evitar uma discussão "por caridade", se no seu íntimo se sente superior e não alberga o perdão e o entendimento. Então por verdadeira caridade não evita a tal discussão, pelo contrário - prontifica-se ao diálogo, à resolução do problema, evitando atribuir culpas e tecer críticas más.

Por caridade o Homem dá-se ao trabalho de fazer amigos, vencer conflitos, porque fazer amigos dá trabalho, exige lealdade, sinceridade e diligência, vontade de ajudar.

Porque hoje não temos mais tempo, também podemos acrescentar que a caridade não é apática e muito menos superficial, ela também contém o atributo da coragem - coragem para se levantar e fazer o que é certo, coragem para dizer não, coragem para aguentar ingratidão.

Ai, a caridade!

Meditem bastante sobre ela, mas não vos apegueis só aos livros, apegai-vos aos vossos Anjos da Guarda para em conjunto, descortinardes os segredos que a caridade encerra. Porque a caridade é muito mais do que pudeis supor - a caridade é mais que paciência - a caridade assenta na fé de que vale a pena trabalhar em seu nome, porque o ganho será, não só de cada um, mas de toda a Humanidade.

Por fim, atentai para o estágio da caridade que nos lembra que, muitas vezes caridoso não é aquele que dá, mas aquele que se disponibiliza para receber - porque assim proporciona ao seu irmão a alegria de ter a quem dar.

Fiquem em Paz, fiquem com Deus."

Maria João Azevedo, Psicografia

5 de Maio de 2017, AELP