Psicografia – Desta vez é de vez

Boa Noite amigos!

Magoou-me a sério, desta vez é de vez. Mas logo, logo pensei que eu tam­bém tinha magoado e apercebi-me que afinal o ser humano tem destas coisas. Magoar os outros é uma questão de defesa…

Deixamo-nos cair na rotina, pensei.

Estamos os dois saturados e cansados.

Sim eu sei que isso é mais uma desculpa que outra coisa.

Afinal a vida a dois deveria ser mesmo uma vida de partilha, de diálogo, de compreensão e de perdão.

Tentei lembrar-me porque tínhamos afinal iniciado a discussão.

Não consegui...

Não devia ser por algo muito importante ou caso contrário lembrar-me-ia…

Sorri!

Naquele instante olhei á minha volta e reparei que estava sentado no mes­mo banco de jardim onde outrora trocamos juras de amor eterno.

Éramos dois apaixonados que sentíamos borboletas no estômago cada vez que estávamos juntos…

Sorri!

Percebi nessa altura que não devia deixar que uma zanga parva e medío­cre estragasse esse sentimento sincero e altivo que é o amor.

Lembrei-me então que num desses bons momentos partilhámos um pêssego e fomos enterrar o caroço ao pé da árvore mais antiga do parque.

Na altura disse-te que o íamos enterrar sob o olhar protetor daquela ár­vore e que ia crescer e tornar-se num pessegueiro forte e bonito com bons frutos, tal qual o nosso amor.

Corri para lá!

Qual não foi o meu espanto quando vi que tinha mesmo nascido um pessegueiro e ainda por cima tinha pêssegos…

Não coube em mim de contente…

Vou levar um pêssego e reavivar-lhe a memória com a nossa história…

Vamo-nos rir por sermos tão tontos. E convido-a para vir ver o fruto desta linda história de amor.

Passei das palavras aos actos.

Arranquei o pêssego e corri, corri, atravessei a cidade outra vez num ápice, mas desta vez muito, muito feliz.

Mas estava tão embrenhado nos meus pensamentos que não prestei aten­ção ao trânsito ou aos sinais.

Só me lembro de ver o embate do elétrico e de mim a proteger o pêssego…

Andei muito atordoado com tudo o que se passou e ainda te chamei para vires ver o pêssego e o pessegueiro e para te beijar e pedir desculpas sin­ceras.

Durante uns tempos ainda te sentiste culpada e pediste-me desculpas.

Todos os dias.

Todos os dias não saías sem me dar um beijo e cada beijo uma lágrima.

Perdemos tempo…

Foi a nossa loucura.

Não nos sabermos entender e escutar e sobretudo amar.

Cada minuto que passamos zangados perdemos sessenta segundos de felicidade.

Partilhem a vida e o amor e sejam felizes.

 

30 de Maio de 2013

Psicografia de Maria João Correia

 

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