O divórcio – A visão dos espíritos

A primeira pergunta que se deve fazer é: A doutrina espírita condena o divórcio? A resposta a esta pergunta é: Não.

            Não condenar o divórcio, não significa encorajá-lo.

Muitas das relações são planeadas antes da reencarnação, estas relações servem para resgatar erros, oferecem-nos experiencias e oportunidades de aprendizagem para que o nosso espírito possa evoluir. Mas não se pode utilizar esta premissa para justificar um mau casamento, baseado na falta de compreensão, amor e respeito.

Allan Kardec perguntou aos espíritos sobre a impossibilidade do divórcio (pergunta 697 do Livro dos Espiritos), A resposta: "É uma lei humana muito contrária à da Natureza. Mas os homens podem modificar suas leis; só as da Natureza são imutáveis.'', esta resposta era já uma luz da visão dos espíritos sobre o divórcio que ficou clara no capitulo XXII, do Evangelho Segundo o Espiritismo, que transcrevo aqui, o primeiro paragrafo: “5 – O divórcio é uma lei humana, cuja finalidade é separar legalmente o que já estava separado de facto. Não é contrário à lei de Deus, pois só reforma o que os homens fizeram, e só tem aplicação nos casos em que a lei divina não foi considerada. Se fosse contrário a essa lei a própria Igreja seria forçada a considerar como prevaricadores aqueles dos seus chefes que, por sua própria autoridade, e em nome da religião, impuseram o divórcio, em várias circunstâncias. Dupla prevaricação, porque praticada com vistas unicamente aos interesses materiais, e não para atender à lei do amor. (…)

Por outras palavras, o divórcio é um instrumento para garantir que não fique unido aquilo que de facto sempre esteve separado. Quando a humanidade estiver mais evoluída, e as pessoas procurarem conceber as suas relações com base no respeito e no amor recíproco e sincero, aí sim, o divórcio, será cada vez menos necessário no plano terreno.

 

por Carlos Eduardo Lagoa

Fonte: O livro dos espíritos, Allan Kardec, 1857, O evangelho segundo o espiritismo, Allan Kardec, 1864.

 

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