AELP | Horas Solidárias
Se conhece alguém que precise de apoio, mas não possa deslocar-se ao nosso centro, pode contar connosco. Apoio ao domicilio a pessoas com dificuldades de locomoção. Informe-se connosco.
Horas solidárias é uma iniciativa da Associação Espirita Luz e Paz, que consiste em realizar visitas aos lares de pessoas que não podem deslocar-se ao nosso centro. Se é trabalhador e quer participar, informe-se connosco. Se conhece alguma situação que necessite da nossa ajuda, fale connosco.
Visita aos Lares
Esta obra é uma compilação, das partes mais necessárias à informação do atendimento aos lares por equipas de visitantes, sobre o livro;
“Visita aos Lares e Hospitais” de Marcelo de Oliveira Orsini
Visita aos Lares
Propósitos da Visita:
O objectivo cristão dos visitantes será o de levar até ao doente/enfermo, as palavras de esclarecimento, ânimo e consolo, os recursos do passe e da prece, sem qualquer preocupação aos resultados alcançados. O que importa ao tarefeiro é cumprir a sua obrigação e poder servir de instrumento para a actuação do verdadeiro médico: Jesus.
O papel do grupo de visitantes deve ser o de fornecer directrizes, orientações e incentivos ao visitado, no sentido de que se sinta capaz de encontrar recursos íntimos para lutar contra as suas enfermidades espirituais.
Levar esclarecimento e consolo aos enfermos, sob a luz dos ensinamentos cristãos, através da prece e da leitura comentada de textos dos Evangelhos e da literatura espírita, e assim contribuir par que eles tenham condições favoráveis a, posteriormente, praticar a auto-ajuda. Assimilando, pouco a pouco, os ensinamentos de Jesus e exercitando-os, encontrarão em si soluções decisivas para grande parte dos seus males.
Contribuir para a melhoria do ambiente vibracional do lar, pois, além da participação eventual de familiares e amigos, irmãos desencarnados e ainda carentes de luz interior também estarão presentes. Proporcionar ao visitado o tratamento fluídico pela aplicação de passes.
Criar oportunidades para que novos tarefeiros possam integrar-se numa actividade organizada de prática da caridade, cuja experiencia os convidará ao estudo do Evangelho de Jesus, dos livros da Codificação da Doutrina Espírita, das obras mediúnicas de elevado teor e das técnicas de passe, para que se sintam cada vez mais úteis e aptos a servir.
Salienta-se, entretanto, que, o facto eventual da impossibilidade de aplicação de passes por parte de um grupo visitante, não significa que a visita não se possa realizar. A tarefa tem sua existência justificada pelo simples objectivo de se levar ao enfermo /visitado, a palavra de ânimo, o calor humano, a caridade da audiência, o lenitivo e a elucidação resultante da doutrinação dos encarnados e desencarnados através da “Evangelhoterapia”.
OS VISITANTES
- Por que Actuar em Equipa:
A visita aos lares, como em tantas outras tarefas, é realizada por grupos de pessoas. Na verdade, para satisfazer plenamente aos objectivos da actividade, a formação em equipa é uma necessidade, e não apenas uma opção de trabalho, por várias razões:
- Atendimento Contínuo:
As orientações espirituais, por vezes, prescrevem a aplicação em equipa de passes nos lares em número variável, uma ou excepcionalmente mais vezes por semana. É um tratamento graduado que exige respeito à sequência designada pelos espíritos para que os resultados sejam eficazes, tal com analogamente se faz a administração de antibióticos ou dosagens homeopáticas indicados por médicos encarnados. A continuidade das aplicações é, por conseguinte, fundamental e requer a garantia da presença do grupo de visita na sucessão preestabelecida. Uma vez que haverá momentos em que um ou outro visitante precisará de se ausentar por motivos diversos, a formação em equipa possibilita maior garantia de atendimento ininterrupto.
- Segurança Mediúnica:
A segurança das pessoas é objecto de preocupação em qualquer actividade humana. Quando se trata de actividades no campo da mediunidade, não se deve poupar cuidados nesse sentido. Mesmo que os tarefeiros não possuam características mediúnicas ostensivas, como a vidência, por exemplo, estarão sendo intermediários da Espiritualidade no que toca à aplicação dos passes, actuando como médiuns passistas. O local ideal para a realização de actividades mediúnicas é a casa espirita, por reunir as condições de segurança ideais desde o plano espiritual. A aplicação de passes no lar é um caso especial, e portanto, merece atenção redobrada.
- Condições Vibracionais:
Na presença do enfermo, é imprescindível o estabelecimento de um ambiente de prece e elevação dos pensamentos, para favorecer o auxílio que vem do Alto. Assim, os fluidos predominantes no local ficam enriquecidos com qualidades superiores oriundas dos Espíritos benfeitores que acompanham o grupo, aliadas às orações e vibrações positivas dos participantes encarnados, que assim ajudam as condições benéficas do tratamento.
- Equipe Espiritual:
No tocante às tarefas espirituais voltadas para o bem e para o progresso, os trabalhos executados pelos desencarnados, são muito mais complexos e de muito maior responsabilidade que os efectuados pelos que estão no plano material. Entre os Espíritos Superiores, prepondera melhor estruturação nas actividades, maior objectividade e elevação de compromissos. Nesse sentido, o plano espiritual é um modelo para a humanidade encarnada, está à frente dela e serve-lhe como roteiro de desenvolvimento. Os relatos de autores espirituais evoluídos, transcritos através da mediunidade psicográfica, atendem aos encarnados nos mais diversos propósitos. São portadores de mensagens edificantes e esclarecedoras, interpretam com maior clareza a Boa Nova do Cristo, descrevem o plano espiritual e noticiam factos neles ocorridos. Consta da literatura mediúnica que as entidades espirituais geralmente operam nas tarefas em grupos, onde se entremeiam instrutores e aprendizes, seguindo o grau de conhecimento e elevação moral de cada criatura, como exemplifica esta narrativa, com relação à aplicação de passes:
“Em todas as reuniões de grupo, junto ao qual funciona Alexandre, com atribuições de orientador, vários são os serviços que se desdobram sob a responsabilidade dos companheiros desencarnados… Um desses serviços era o de passes magnéticos, ministrados aos frequentadores da casa. O trabalho era atendido por seis entidades, envoltas em túnicas muito alvas, como enfermeiros vigilantes.” (André Luiz)
Vemos assim uma significativa razão para que as visitas aos lares sejam também realizadas em grupos de pessoas, cada qual introduzindo, no seu nível de evolução próprio, recursos e benefícios para o trabalho.
Composição dos Grupos de Visita:
- Características:
O grupo de visitantes deve apresentar determinadas particularidades em sua constituição, para que haja identidade de princípios e homogeneidade na actuação.
- Vínculo com a Instituição:
O componente do grupo de visitas deve construir vínculos com a casa espírita a que serve. É importante que com ela se identifique, que conheça as suas directrizes, sua estrutura organizacional, seus dirigentes, seus colegas de trabalho. Isso porque as ligações de responsabilidade e mesmo as afectivas dão maior segurança à tarefa, e, dessa forma, o visitante torna-se um bom representante da instituição que o acolhe.
- Número de Componentes:
Para que uma equipa esteja em condições mínimas de realizar a tarefa, bastam dois passistas, condição suficiente para aplicação do passe em equipa, quando recomendado pela Espiritualidade. No entanto, pode-se formar grupos de três ou quatro pessoas, para que, havendo algum impedimento de um ou dois membros do grupo, não deixe de se proceder à continuidade do atendimento. E assim também pode haver lugar a membros iniciantes.
- Sexo:
Nada impede que uma equipa seja formada somente por homens ou somente por mulheres. No entanto o ideal é que as equipas possuam representantes de ambos os sexos, se assim for possível.
- Idade:
“João, irmão de Tiago e filho de Zebedeu, “aquele a quem Jesus amava”, foi o apóstolo mais jovem do Jesus”. A respeito da sua mocidade o Mestre o acolheu entre os seus seguidores mais próximos, sem distingui-lo dos demais. Consideremos, a partir desse exemplo, que a participação do jovem na tarefa de visita aos enfermos é aceitável, para que ele possa observar, aprender e contribuir. A sua participação nessa actividade é uma maneira de exercer, desde a juventude, a prática da caridade, o que lhe será extremamente valioso na formação do seu carácter e do seu senso de disciplina, contribuindo para despertar nele a compaixão pelo próximo.
- Mentores Espirituais:
São as entidades benfeitoras, irmãos desencarnados, que coordenam as tarefas e fornecem os suprimentos necessários do plano espiritual para auxilio aos enfermos visitados, possibilitando a aplicação do passe espiritual ou humano-espiritual e de todos os recursos fluídicos favorecidos pelo ambiente de preces e de pensamentos sublimados. É muito comum termos, entre os mentores das tarefas espiritas, antigos colaboradores encarnados. Após seu retorno à pátria espiritual, passam por um período de reequilíbrio emocional, repouso, readaptação e preparo, e reintegram-se nas lides da boa vontade, dessa vez auxiliando-nos, “do lado de lá”. São, portanto, entidades integrantes do corpo espiritual directivo da casa, e espíritos familiares afins aos visitantes encarnados. Na equipa espiritual, encontram-se as entidades que efectivamente realizarão os trabalhos de atendimento aos enfermos visitados, como também Espíritos que estão em aprendizado.
Observemos o seguinte trecho que aborda o relacionamento do grupo espiritual com os encarnados nas reuniões mediúnicas, do qual podemos inferir uma analogia acerca das atitudes recíprocas entre a equipa de visita e seus mentores.
“São enormes as responsabilidades desses amigos invisíveis, e as qualificações exigidas, para as tarefas que desempenham junto a nós, são rígidas. Poderíamos dizer que cada grupo tem os guias e protectores que merece. Se o grupo se empenha em servir desinteressadamente, dentro do Evangelho do Cristo, escorado na Doutrina Espírita, disposto a amar incondicionalmente, terá como apoio e sustentação uma equipa correspondente, de companheiros desencarnados do mais elevado padrão espiritual, verdadeiros técnicos da difícil ciência da alma”.
Deveres Comuns a Todos:
- Estudo:
(veja mais sobre o nosso Grupo de Estudo AQUI!)
“Consagrar diariamente alguns minutos à leitura de obras edificantes, esquecendo os livros de natureza inferior, e preferindo, acima de tudo, os que, por alimento da própria alma, versem temas fundamentais da Doutrina Espírita. Luz ausente, treva presente.” ( André Luiz)
O primeiro e maior exemplo do homem estudioso e insaciável na agregação de valores à Doutrina, que esmiuçou os vários aspectos dentro de um mesmo tema e que buscou sempre pautar-se pela imparcialidade e pelo raciocínio lógico, estimulando seus leitores à aceitação dos factos espíritas pela sua compreensão, foi Allan Kardec. Ele é sem dúvida, a figura do grande pesquisador, tendo codificado, isto é, classificado, organizado, explicado e traduzido os inúmeros dados que obteve para que a chegada do Consolador Prometido, e sua mensagem pudessem ficar registados para a posteridade. Ao preparar-nos O Evangelho Segundo o Espiritismo, incluiu a tão conhecida frase do Espírito de Verdade: “Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo ensinamento.” Sem dúvida, o roteiro básico dos espíritas que almejam sua própria evolução.
Na tarefa de amor ao próximo, não podemos, jamais, fugir a esse convite ao aperfeiçoamento individual e colectivo através do estudo, da leitura e da reciclagem de conhecimentos. Individualmente, como responsabilidade pessoal, para estarmos cada vez mais aptos a servir Jesus, a sermos instrumentos mais bem preparados para a expressão de sua Soberana Vontade. Colectivamente, permitindo que o conjunto de trabalhadores esteja sintonizado com os princípios da Doutrina Espirita, uniformizando conhecimentos básicos, para que “conversem a mesma linguagem”, perseguindo os mesmos valores e objectivos cristãos.
O grupo de visitantes levará aos lares os recursos da prece, do passe e da palavra esclarecedora. Esse último certamente causará grande impacto na maioria dos pacientes, que se sentem carinhosamente amparados ao ouvir atentamente as mensagens espirituais e suas interpretações, quando lhes tocam o coração, justamente por penetrar no âmbito de seus anseios e necessidades mais íntimas. A explicação do texto escolhido pode ser para o enfermo mais significativa do que a própria leitura. A interpretação da mensagem lida, elaborada de forma mais simples e mais compreensível, irá facilitar-lhe o raciocínio. Para que a ideia transmitida pelo texto seja bem traduzida, sem falsas considerações, será necessário que seu intérprete possua uma boa base dos princípios do Espiritismo e da moral cristã pelo estudo da vida e dos pensamentos do Cristo.
O aperfeiçoamento na aplicação do passe, na leitura e nos comentários, devem ser metas constantes de cada grupo visitante, que somente serão alcançadas com o empenho de cada tarefeiro, na assimilação contínua dos princípios doutrinários e evangélicos. Espera-se do visitante a boa vontade e o esforço pessoal nesse sentido, rompendo os obstáculos da preguiça e da estagnação intelectual, para que esteja seguro e preparado a prestar os esclarecimentos e ensinamentos que se fizerem necessários.
Comentário de Camilo Chaves:
“Furtar-se o cristão, sobretudo o espírita, aos cursos doutrinários e evangélicos que lhe confiram condições de melhor servir o próximo, será desprezar oportunidade preciosa de bem cumprir os compromissos assumidos, como também postergar a evolução que a todos espera fatalmente, no caminho para Deus. Na hora incerta e transitória, grave e difícil que a humanidade atravessa, quem já tenha assumido responsabilidade de servir nos campos do Bem, jamais poderá permanecer á margem da tarefa, por negar-se ao preparo indispensável à boa luta. E esta só se completa através do conhecimento que orienta, liberta e produz os chamados milagres do amor. Mais conhecimento, mais discernimento, mais condições de amparar, não somente o próximo, mas a si próprio.”
Preparação:
- André Luiz refere:
“Conduzir-se de modo a não exceder-se em actividades superiores à própria resistência, nem confiar-se a intempestivas manifestações emocionais, que criam calamitosas depressões. O abuso das energias corpóreas também provoca suicídio lento.”
Dentre os dias da semana, o dia da visita aos lares é especial. É quando se reunirão os grupos de visitantes com a equipa espiritual, e, sob a luz radiante das emanações do Alto, estenderão as mãos fraternas a companheiros de jornada, necessitados de amor e de prestimosa atenção e amparo. Os Espíritos Mentores do grupo irão proceder à manipulação de fluídos dos visitantes e da natureza vizinha, em favor do visitado. A qualidade de tais fluídos sofre a influência do pensamento e da condição física dos encarnados. Portanto é fundamental seleccionar e controlar os pensamentos e os sentimentos, de forma a impossibilitar interferências espirituais menos benéficas. Providências devem ser tomadas no sentido de encontrar equilíbrio interior antes de se dar início à actividade. A meditação e a prece, com o apoio de leituras de mensagens edificantes, mantêm a harmonia, juntamente com vibrações de paz e serenidade. O tarefeiro deve ainda procurar a sintonia com o mentor da sua equipa, mentalizando-o, a fim de estabelecer um elo de ligação com a entidade espiritual que coordenará os trabalhos no plano extrafísico. Nas horas que antecedem as visitas, a maioria dos mentores espirituais, ou outros Espíritos que não são necessariamente ligados ao corpo directivo da tarefa, têm a função de se aproximarem dos visitantes, a fim de auxiliá-los na sua preparação. É preciso não descuidar do corpo físico, contando simplesmente com “a boa condição do colega”, pois a responsabilidade de se preparar para a tarefa é individual. Tais cuidados habilitam o trabalhador a se tornar um instrumento mais útil nas mãos dos mentores espirituais da equipa.
- Pontualidade:
“Não haja falha de serviço por nossa causa. Não se pode esquecer que o fracasso, na maioria das vezes, é o produto infeliz dos retardatários e dos ausentes.” (André Luiz)
No trabalho remunerado, a falta de assiduidade implica redução do salário. No entanto, numa actividade voluntária, como não há recompensa material, as perdas pela inconstância na participação serão de outra ordem. Em se tratando da prática da caridade, nossos ganhos são méritos individuais, como o desenvolvimento de virtudes, purificação do perispírito, amortização de débitos do passado, satisfação de ser útil, paz interior pela sensação de cumprimento de deveres cristãos e tantos outros. O princípio do livre-arbítrio aplica-se bem nesse caso, pois, numa tarefa caritativa, não há exigência de comparecimento que não a da própria consciência esclarecida dessa necessidade. Ao se demonstrar regularidade na actividade, cativa-se a confiança dos parceiros da equipa, que poderão contar sempre com o colega e especialmente também a confiança de Espíritos benfeitores, como relata o instrutor Alexandre a André Luiz, num trecho do livro psícografado, (Missionários da luz), “…revelada a disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, por esse ou aquele trabalhador, as autoridades de nosso meio designam entidades sábias e benevolentes que orientam, indirectamente, o neófito, utilizando-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe o próprio valor”; “…em contacto incessante com os benfeitores desencarnados, que se valem dele (do trabalhador leal) na missão de amparo aos semelhantes, recebe indirectas sugestões de aperfeiçoamento que o erguem a posições mais elevadas.”
A assiduidade é qualidade importante, não somente para o trabalhador, no tocante ao seu comparecimento à tarefa, como também para o grupo, com relação ao cumprimento das visitas. A presença inconstante da equipa no lar visitado, além de prejudicar a imagem do grupo quanto à seriedade e disciplina do trabalho está sendo realizado, prejudica o tratamento que, em geral, prescreve uma sequência de visitas. Portanto os impedimentos, seja de um dos componentes ou de todos, devem ser contornados dentro do possível, para que não se altere a terapêutica recomendada.
- Vestuário:
Devemos nos vestir de forma a nos sentirmos naturalmente à vontade, com roupas e calçados limpos, sem sofisticação. Recorde-se como exemplo, um trecho de O Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo que nos esclarece sobre a caridade desinteressada: “Quem é esta mulher de ar distinto, de traje tão simples, embora bem cuidado, e que traz em sua companhia uma mocinha tão modestamente vestida?”
- Higiene:
(André Luiz), refere: “Cultivar a higiene pessoal, sustentando o instrumento físico qual se ele fosse viver eternamente, preservando-se, assim, contra o suicídio indirecto. O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne.”
A higiene pessoal é uma “vitrina” que põe à mostra os cuidados da criatura com o próprio corpo. O desvelo do visitante em apresentar-se limpo não é inútil nem despropositado. Em verdade é factor de influência para atrair a simpatia e a confiança do paciente.
- Afinidades:
(André Luiz), refere; “Render culto à amizade e à gentileza, estendendo-as, quanto possível, aos companheiros e às organizações, mas sem escravizar-se ao ponto de contrariar a própria verdade, em matéria de Doutrina, para ser agradável aos outros.”
Um agrupamento humano qualquer, destacado a cumprir determinado objectivo, será tanto mais bem-sucedido quanto melhor for o entrosamento dos seus elementos, “tocando notas corretas”, “remando na mesma direcção”. Numa equipa de visita aos lares, não é diferente e o bom desempenho muito depende da afinidade entre os participantes. O senso de autocrítica e a boa vontade de cada um pelo aperfeiçoamento nas atitudes individuais, nas relações com os companheiros, no respeito às condições de trabalho e aos procedimentos que a tarefa exige, são factores preponderantes para o sucesso do grupo.
- Solidariedade:
André Luiz refere; “Guardar comunicabilidade e atenção ante os companheiros de luta, ainda mesmo para com aqueles que se mostrem distantes do Espiritismo. Todos somos estudantes na grande escola da Vida.”
Mãos dadas na tarefa, actuação em conjunto, obediência e disciplina às regras, união de todos em torno do ideal da caridade: sinais indicativos de bons resultados para a equipa. O trabalho em equipa é ensejo para que cada um ensine o que sabe e aprenda o que não sabe, devendo o participante cuidar para não dar azo à crítica destrutiva e desestimulante. Os Espíritos Superiores não se cansam de nos advertir que o perdão das ofensas é virtude elementar que o ser humano deve perseguir e praticar, pois, sem essa qualidade, não estará propenso a evoluir espiritualmente.
- Devoção:
“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” (Jesus) - Qualquer que seja o estado das coisas, o que se verifica em comum, é o esquecimento de que não existem direitos mas, sim, oportunidades oferecidas pelo Pai Eterno para reaprendizado e refazimento, já que houve omissão no passado dos deveres para com a Lei Divina, e o exercício disciplinado da caridade surge atenuando débitos a serem resgatados. Menos exigências, mais atenção e cuidados, busca incessante de aperfeiçoamento para si e para a tarefa, em suma, DEVOÇÃO, é o que se espera do tarefeiro consciente. Quem quer trabalhar por si e pelo próximo não aguarda convites nem convocações, apresenta-se. Não se faz caridade por obrigação; a força que a movimenta é a vontade de crescer aliada à compreensão. Quem a pratica o faz pelos outros, mas invariavelmente termina por fazer por si próprio.
Deveres dos dirigentes:
André Luiz refere; “Fugir de julgar-se superior somente por estar na cabine de comando. Não é a posição que exalta o trabalhador, mas sim o comportamento moral com que se conduz dentro dela.”
Todo grupo necessita de alguém na posição de comando, para que haja controlo e organização dos trabalhos a serem realizados. O dirigente da equipa de visitas deve exercer a sua liderança com a maior naturalidade possível. Um dos atributos essenciais para a função é a sua credibilidade perante os colegas. Não tira vantagens pessoais em busca de destaque, pois compreende que não há função mais importante que outra na seara do Cristo, já que somos chamados a servir indistintamente ao próximo, com amor. Precisa ser compreensivo e bondoso, demonstrar afeição e camaradagem com os companheiros, mas também deve estar atento às questões disciplinares em todos os aspectos. Demonstrar fé, amor ao semelhante, devoção ao trabalho do grupo, empenho no estudo, são modos de evidenciar esse conhecimento pelo exemplo. E a força do exemplo supera o poder das palavras.
Deveres dos componentes:
André Luiz refere; “Ser atencioso, sereno e compreensivo no trato com os enfermos encarnados e desencarnados, aliando humildade e energia, tanto quanto respeito e disciplina na consecução das próprias tarefas. Somente a forja do bom exemplo plasma a autoridade moral.”
A respeito do papel que se exerce numa equipa de trabalho, sempre haverá oportunidades para o tarefeiro aprender e para ensinar. Quanto mais alguém se prepara para uma determinada função, melhores serão as condições para que abandone o papel de aprendiz e assuma o de tutor. Dentre os componentes dos grupos de visitas, estarão os recém chegados em meio aos outros mais antigos. Em qualquer condição, todos devem observar atentamente as acções dos seus companheiros, sobretudo dos mais experientes, pois essa é uma tarefa na qual,” muito se aprende fazendo. “ Além da devoção extremada à visita, cada colaborador deve procurar acender em seu coração uma chama de especial carinho e consideração para com o seu dirigente, auxiliando-o a conduzir o grupo com o seu apoio sincero e fraternal, principalmente nos momentos em que falhas ou equívocos fiquem evidentes.
A Visita:
- Origem do Pedido:
O pedido para a visita ao lar pode originar-se de uma orientação espiritual ou por solicitação directa do paciente ou do seu representante. Analisemos cada situação.
- Por Orientação Espiritual:
Considerando que a instituição espírita mantém no seu quadro de actividades mediúnicas o receituário espiritual, através da psicofonia ou psicografia, ele deverá ser a fonte preferencial de indicação da visita, pois ninguém pode determinar com melhor exactidão as necessidades do paciente que a Espiritualidade especializada nas orientações, uma vez que sua visão e conhecimento extrapolam a dos encarnados, percebendo não apenas as suas carências físicas, como também as morais e espirituais. Usualmente, a prescrição dos Espíritos inclui a aplicação de passes no centro ou no lar, o que sabemos tratar-se da realização de uma actividade mediúnica, isto é, um grupo de encarnados actuando em conjunto com os Espíritos encarregados da fluídoterapia. Em suas orientações, os Espíritos determinam a terapêutica, informando-nos a quantidade o local (lar ou casa espírita), em que os passes devem ser aplicados, e eventualmente, após o encerramento da primeira etapa do tratamento, indicam a sua continuidade, designando outros tantos como complemento. Supondo-se que a instituição não possua ainda a actividade mediúnica do receituário espiritual, mas que deseja criar e manter grupos de visitas aos lares, deve-se em primeira instância, procurar orientação junto aos próprios Espíritos mentores da casa.
- Solicitação Directa do Paciente:
Referimo-nos aqui à situação na qual o interessado/ou seu representante, solicita directamente no sector responsável a presença de uma equipa no seu lar, devido a ter grandes dificuldades ou impossibilidade de se deslocar à casa espírita, e para que não deixe de receber a bênção da visita.
- Solicitação de Terceiros:
É quando o pedido é feito indirectamente, isto é, por intermédio de parentes ou amigos do interessado. Nestes casos, é de maior importância saber se; o paciente sabe do pedido da visita; se concorda com o pedido. Porque, por vezes os terceiros têm boa intenção ao fazer o pedido mas o paciente não está ciente do mesmo, então tem que haver prévio consentimento do próprio. Excepto havendo casos de pessoas incapazes de tomar decisões próprias, como, crianças, pessoas inconscientes, ou idosos incapacitados.
DINÂMICA da VISITA:
- Selecção do Paciente:
Os critérios adoptados para seleccionar os pacientes podem ser os mais variados possíveis; -Dia, horário e período em que a equipa actua; -Meio de transporte; - Região ou cidade; São factores que poderão influenciar a escolha do paciente, por parte da equipa. No entanto, a coordenação poderá apresentar outros pontos de consideração, como seja a urgência ou gravidade da situação física ou espiritual do paciente, o tempo que ele está à espera da visita. Em qualquer caso a coordenação deve providenciar para que as equipas se mobilizem o mais rapidamente possível, para que não haja demora no atendimento.
- Frequência das visitas:
As equipas de visitantes normalmente realizam a tarefa apenas uma vez por semana, no mesmo dia e horário, com duração média de duas horas. Pode-se fazer uma ou mais visitas no mesmo dia, desde que se cumpram os horários estipulados e devidamente combinados com os componentes da equipa e dos pacientes, no entanto é mais coerente investir na qualidade do atendimento do que na quantidade.
Contacto prévio:
Uma vez de posse do nome da pessoa a ser visitada, o próximo passo será contactá-la com o objectivo de trocar informações preliminares. Essa é sem dúvida, uma das etapas mais importantes a serem cumpridas, pois nessa primeira conversa pode estar em jogo a boa ou má impressão sobre o grupo de visitantes e a instituição espírita que representam. Normalmente, esse diálogo inicial dá-se pelo telefone para agilização de providências. Qualquer que seja a forma de contacto, por telefone ou pessoalmente, é ensejo para um mútuo esclarecimento e para o estabelecimento, desde já, de um elo de sintonia entre a família e os voluntários espíritas, preparando o terreno para que haja boa receptividade durante os encontros. Deve-se seguir a abordagem de alguns pontos fundamentais:
- Identificação; O representante da equipa de visitas deve identificar-se e à instituição espírita para a qual colabora.
- Confirmação do pedido; O paciente deve ser consultado se está ciente da solicitação da visita. Isso, naturalmente, visa prevenir o grupo quanto a possíveis indicações de terceiros não autorizadas ou quaisquer outros tipos de desacertos.
- Localização e datas; Confirmar o endereço correto, o dia da semana e os horários nos quais as visitas se realizarão.
- Procedimentos no lar; O paciente (se não estiver ciente), necessita ser informado sobre a rotina da visita, ou seja, o número de pessoas que o visitarão, a duração, suas etapas, etc.
- Preparação do ambiente; Alguns detalhes do” ambiente físico” podem ser discutidos com o futuro visitado: ex: O local da casa, a água para ser fluidificada, e a participação de outras pessoas, no entanto é mais relevante, as orientações para que a família favoreça a preparação de um bom “ambiente espiritual”, ou seja, o empenho no dia combinado para que haja um clima de tranquilidade predominante, evitando-se brigas e discussões, o uso de bebidas alcoólicas, alimentação exagerada. Nessa abordagem, é preciso tomar cuidado de não querer insinuar proibições ou restrições. A equipa espírita deverá respeitar o livre-arbítrio dos seus visitados.
Encontro da Equipa:
Cada grupo de visitantes estabelecerá, em comum acordo com os seus integrantes, o local do encontro para iniciar a tarefa, que irá variar segundo os critérios da equipa, podendo ser a residência de um dos participantes, proximidade do local da visita ou a casa espírita. Qualquer que seja o local escolhido deverá possibilitar a confraternização da equipa no local inicial da tarefa, pois essa confraternização é o momento do elo, da sintonia mútua, da alegria de co-participação no labor pelo próximo, momento que se reserva para os cumprimentos atenciosos e quando se demonstra a boa disposição para o trabalho, deixando de lado comentários que não sejam positivos e que não se identifiquem com a tarefa.
Após a chegada de todos e aproximando-se o momento da partida para o local de trabalho, deve-se pronunciar uma prece inicial, rogando o auxílio de Jesus e dos mentores do grupo no amparo à equipa e aos que serão visitados. Antes da saída, o dirigente pode, como opção, acordar de antemão com os colegas os papéis de cada componente, ou seja, quem dará os passes, quem fará a leitura e os comentários e quem pronunciará as preces. Essa distribuição de tarefas também se pode fazer durante o trajecto ou no lar visitado. Há apetrechos importantes que devem estar na posse da equipa, como; a ficha de controlo, o Evangelho Segundo o Espiritismo ou outro livro de leitura evangélica.
Durante o Trajecto:
O importante é manter a sintonia elevada alcançada após o início da tarefa, pela confraternização e pela prece, conservando a serenidade e os pensamentos voltados para o trabalho que se seguirá.
(André Luiz), refere:” Evite a verbosidade avassalante; quem conversa sem intermitências, cansa o que ouve”.
Ouvir música suave, entoar hinos ler mensagens em voz alta, pronunciar preces, ou simplesmente ficar em silêncio, são sugestões para facilitar o exercício de concentração da equipa nessa etapa.
Chegada ao local:
Enfim, harmonizada pelas vibrações da prece e imbuída da boa vontade e do desejo sincero de auxiliar, a equipa irá encontrar-se com o paciente. Os tarefeiros não se devem julgar importantes, especiais ou superiores aos visitados. O seu estado de espírito diante do lar visitado deve ser de humildade e respeito, como se estivessem a penetrar num “templo sagrado de Deus”. Devem resguardar-se de olhares perscrutadores e comentários sobre a mobília, decoração, objectos pessoais, etc. Tal atitude, além de ser indiscreta, foge aos objectivos do grupo. Em seguida às apresentações, os visitantes irão inteirar-se sobre o que motivou o pedido da visita.
Nos contactos iniciais com o lar é imprescindível que os trabalhadores espíritas demonstrem calor humano para com os visitados, evitando a frieza de iniciar a reunião imediatamente após a sua chegada, sem quaisquer preâmbulos fraternais. O carinho e a atenção dos visitantes par com o paciente é de extrema importância, pois ele pode não estar a receber a devida consideração dos seus próprios familiares. Será sempre oportuno esclarecer-lhe como é importante a sua participação efectiva nos encontros, ao esforçar-se em reflectir sobre os ensinamentos das mensagens lidas, em ter um espírito de aceitação durante o tratamento pelo passe, e de modo geral, em procurar sua própria melhoria espiritual pela evangelização.
Atendimento no Lar:
- Preparação do Ambiente:
A família deve ser esclarecida sobre o melhor proveito de se estabelecer um ambiente propício aos trabalhos espirituais. Deve-se providenciar um recipiente com água para ser fluidificada pela Espiritualidade. A água é medicamento específico para o enfermo.
- Prece Inicial:
Uma vez todos reunidos, o dirigente pronuncia a prece de início dos trabalhos ou solicita a um dos integrantes da equipa que o faça, rogando o socorro do Mestre e daqueles que ali irão cooperar em Seu nome na consecução do auxílio fraterno ao visitado.
A oração é muito importante no tratamento do enfermo, e isso deve ser ressaltado para ele, no caso de não fazer parte dos seus hábitos, valendo-lhe como automedicação.
- Leitura e Comentários:
(André Luiz), refere: “Há que ordenar as palavras e seleccioná-las, criando-se campo favorável aos nossos propósitos de serviço. A conversação cria o ambiente e coopera em definitivo para o êxito ou para a negação.”
O passo seguinte à prece é a leitura de uma mensagem de ensino cristão, seguido de comentários. A mensagem lida e comentada, funciona como um medicamento harmonizador, favorecendo a elevação e a convergência dos pensamentos em torno do tema, que convida a todos os presentes, encarnados e desencarnados, a reflectir sobre a sua conduta perante as Diretrizes do Alto. Assim como o médico terrestre solicita o preparo do corpo físico do paciente antes da sua intervenção, pelo jejum, ingestão de drogas ou anestesia, a palavra esclarecedora cumpre função semelhante, propiciando um ambiente mental favorável à intervenção da Espiritualidade. O bom ou o mau uso da palavra pode condicionar os mais variados graus de sintonia das pessoas com a actividade da equipa, despertando simpatias ou criando resistências e questionamentos. É bom lembrar que a mensagem do texto escolhido serve a todos, familiares, tarefeiros e desencarnados, e não somente ao enfermo.
Pode ocorrer que o tarefeiro encarregado de ler o texto sinta dificuldade sem elaborar comentários sobre a mensagem seleccionada. Por isso, é essencial a participação dos colegas em seu auxílio, os quais se devem manter concentrados e atentos durante a leitura, como se fossem eles próprios os encarregados de explicar o tema abordado. Quando se entrega o livro para que o visitado o abra nalguma página, não se sabe de antemão qual o texto que será lido, tão pouco as razões pelas quais a Espiritualidade interveio na sua escolha. Portanto é de grande importância que o visitante tenha condições de discorrer sobre os temas abordados, até mesmo o mais inesperado, ou, apenas aparentemente, impróprio para a ocasião. O “alvo” da mensagem pode ser um Espírito desencarnado presente no ambiente do encontro, e o visitante deve procurar conduzir a sua interpretação isento de preconceitos ou pré-julgamentos.
Evitar:
- Usar expressões do tipo; “você tem que fazer isso ou aquilo”, “vocês não podem fazer aquilo ou isso…”;
- fugir de tema central da leitura, dispersando os pensamentos;
- anunciar revelações pela vidência mediúnica, sem qualquer critério, dando a entender que o ambiente está “carregado” devido ao comparecimento de Espíritos moralmente atrasados, ou que estão presentes entidades de muita luz;
- contar problemas ou experiências particulares, narrando, “comigo aconteceu assim”, “eu era assim ou assado”, “na minha família fazemos assim”, ou evidenciar créditos pessoais colocando a si ou a própria família como modelo de comportamento;
- aplicar exigências moralistas, golpeando com proibições ou acusações; afinal, ainda lutamos também por extinguir os próprios vícios;
- empregar expressões de desestimulo, como; “é muito difícil conseguirmos melhorar nesse ponto”;
- bocejar durante a própria leitura ou do colega;
- inquirir por mera curiosidade sobre doenças ou qualquer assunto de foro íntimo familiar;
- chorar ou descontrolar-se;
- dar razão ou tomar partido de alguém da casa, em detrimento de outrem;
- prometer a cura, o alívio ou a melhoria;
- dizer ao enfermo que ele precisa de sofrer, pois é uma necessidade cármica;
- fazer qualquer tipo de interferência em orientações médicas;
O primordial é a divulgação da moral do Cristo, o que certamente será considerado pelo visitado nas atitudes dos visitantes. Em lares não espíritas, à medida que se estabelece uma relação de confiança entre visitantes e visitados, surgirão maiores oportunidades para se abordar temas doutrinários sem que haja constrangimento.
Procurando sempre:
- Incluir-se como aprendiz durante o ensinamento, usando o “nós devemos…” e o “nós podemos…”, em vez do “vocês…”;
- Quando inquiridos acerca do ambiente espiritual do lar, informar que as características dos Espíritos que visitam as residências, depende muitas vezes do tipo de sintonia dos seus habitantes e que eles, tanto quanto os encarnados, também usufruem do aprendizado da moral evangélica de Jesus Cristo, principalmente quando ali é instituído o culto do Evangelho;
- Estimular a reforma íntima como a grande, verdadeira e definitiva solução para todos os males do Espírito;
- Manter o controlo emocional pela compreensão das necessidades evolutivas de cada Espírito perante a dor, confiando em Jesus;
- Que questionado sobre os motivos do sofrimento, esclarecer que pela lei soberana de Deus há sempre uma causa justa; porém, todos devemos lutar para superá-lo, independente das suas razões;
- Encorajar a perseverança perante as dificuldades e a confiança nos poderes do Alto, pois somente Deus conhece ao certo as necessidades de cada um.
Após os comentários, é interessante estimular os presentes a pronunciarem-se, dando-lhes liberdade, para que se sintam à vontade e dêem a sua opinião. Saber ouvir é tão importante nesta tarefa quanto doutrinar. Ouvir com interesse, além de ser uma atitude caridosa, é uma oportunidade de compreender os pensamentos dos presentes, o que é valioso recurso para se conduzir as interpretações dos temas lidos. Às vezes, para os visitados, poder falar é uma rara chance de desabafo, e como tal, uma forma de harmonização, aliviando tensões mentais e emocionais.
É muito importante para o enfermo receber os lenitivos da prece, da mensagem, da palavra amiga e compreensiva dos tarefeiros da seara espírita e do passe restaurador das energias físicas, psíquicas e espirituais. Porém, acima de tudo isso, enorme benefício terá recebido aquele que compreender que o remédio ideal, o mais eficaz, está no exercício da auto-ajuda com o apoio do Evangelho de Jesus Cristo, o que quer dizer, do código moral que ele contém. A participação do visitado no seu próprio processo de cura é medida indispensável que deve chegar ao seu conhecimento. O bem que emana de dentro para fora, a luz interior que surge no esforço individual por ser melhor, é mais eficaz que qualquer medicamento exterior.
É “tábua de salvação” para a humanidade, e a equipa de visita deve deixar esse pensamento no lar, para que possam meditar sobre ele, na medida de compreensão dos ensinamentos do Mestre.
Por isso mesmo, o hábito de leitura de obras com conteúdo edificante é um verdadeiro tónico par o espírito e precisa de ser estimulado em todos os recantos visitados, assim como a implantação do culto do Evangelho no lar, é um método extremamente benéfico de se realizar o estudo disciplinado da moral cristã.
(Veja AQUI como fazer o Evangelho no Lar)
Aplicação do Passe:
Uma vez encerrada a etapa da leitura, o paciente deve ser posicionado para a aplicação do passe, normalmente assentado, ficando o passista à sua frente e os médiuns vibracionais por detrás ou ao seu redor. Nada impede, porém, que o passe seja ministrado com o paciente deitado, havendo essa necessidade. O ambiente deve estar calmo e silencioso.
Prece Gratulatória:
É a prece que marca o encerramento da presença do grupo no lar. Ela pode ser pronunciada por qualquer um dos presentes, familiares ou visitantes. Essa oração oferece a todos a oportunidade do agradecimento sincero a Deus, a Jesus e aos Amigos Espirituais, pelas bênçãos destinadas aos visitados, como os recursos fluídicos disponibilizados através do passe e as intuições inspiradoras das interpretações evangélicas.
Conclusão da Tarefa:
“Vai e não peques mais”. (Jesus)
O Mestre proporcionou a cura a diversas criaturas, mas não deixou de recomendar-lhes o esforço próprio, a adesão da boa vontade ao programa da regeneração, sem os quais as providências salvadoras resultariam inúteis. O grupo de visitantes espíritas, ao encerrar o cumprimento dos seus deveres nas tarefas do dia, tendo-os executado com a devida dedicação e seriedade, haverá de ter deixado junto aos pacientes um pequeno roteiro de automedicação. Uma vez desempenhada a tarefa, resta orar para que os lares visitados consigam alcançar a saúde espiritual de que necessitam. Ao finalizar as visitas do dia, a equipa realiza o desfecho da tarefa conforme a começou, com uma prece de agradecimento e confraternização entre os colegas, compartilhando da alegria do convívio salutar e da satisfação intima pela oportunidade de servir ao próximo. É necessário enfatizar o quão importante é a discrição e o sigilo sobre os assuntos que dizem respeito às famílias visitadas; “o que é do lar fica no lar”. Cuidadosa vigilância se faz necessária para que pensamentos ou comentários infelizes não assomem, atraindo entidades na lei da sintonia. Muitas delas costumam acompanhar o visitante mesmo depois de deixar o local, seja por respeito, curiosidade ou para conferir se os princípios de que se fez portador se aplicam a ele próprio.
Assim, antes de adentrar o próprio lar, o visitante deve orar, para que não fuja á sua lembrança o agradecimento a Deus pelo trabalho realizado, devido a, talvez, ter sido um dia difícil marcado por problemas inesperados e angustiantes. Melhor ainda se for essa prática diária, e tanto maior deve ser a manifestação de gratidão quanto maiores as dificuldades, porque o Pai não castiga, Ele é só Amor, e somos nós, criaturas, por hora pequenas e imperfeitas que ainda não compreendemos o significado dos obstáculos da senda, os quais não surgem por acaso;” tudo ocorre na medida certa para colocar à prova o nosso amadurecimento espiritual”. A prece, então, opera como um escafandro, protegendo a criatura nas profundezas do mar de suas incertezas, buscando do seu Criador o oxigénio de fluídos excelsos, que lhe dão força e vida.
Reunião de Avaliação:
Se a equipa está disposta e determinada ao melhoramento contínuo, todos os seus integrantes precisam estar de coração e mente abertos às críticas e sugestões dos companheiros de trabalho. Para que haja ensejo de se analisar como os visitantes se estão a sair, o que pode ser aperfeiçoado e o que deve ser evitado, é importante a realização de reuniões de avaliação, que devem realizar-se, de preferência, em períodos extra tarefa, para não atrapalhar a rotina de visitas. Esses encontros servirão para a auto-avaliação do grupo, procura de soluções de problemas de trabalho, sejam organizacionais ou comportamentais. É oportuno que em tal encontro todos estejam imbuídos de boa vontade e tolerância, compreendendo ser a tarefa maior que os interesses individuais de cada um. As reuniões de avaliação, devem ainda ter como fim a discussão de algumas alternativas para auxiliar ainda mais os visitados. Além disso são, também oportunidades para confraternização e maior aproximação entre os companheiros da equipa.
Se conhece alguém que precise de apoio, mas não possa deslocar-se ao nosso centro, pode contar connosco. Apoio ao domicilio a pessoas com dificuldades de locomoção. Informe-se connosco.
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