Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, mais conhecido apenas como Bezerra de Menezes nasceu em 29 de agosto de 1831 na fazenda Santa Bárbara, no município cearense de Riacho do Sangue, hoje Jaguaretama. Foi casado duas vezes, com a primeira esposa, a Sra. Maria Cândida de Lacerda teve dois filhos, e após sua viúves Dr. Bezerra casou-se com Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã materna de sua primeira esposa, com quem teve sete filhos.
Esta figura notável é fonte de uma biografia riquíssima, entretanto iremos focar no que mais importa, a sua obra, o seu trabalho. Foi escritor, médico, jornalista, político, filantropo e expoente da Doutrina Espírita.
Como médico ficou conhecido como “O Médico dos Pobres” por sua postura caridosa, atendendo pessoas que necessitavam, mesmo que não pudessem pagar. É relatado em suas biografias o episódio em que Bezerra doou o seu anel de grau em medicina a uma mãe para que comprasse os remédios de que seu filho precisava.
Devido suas boas ações exercendo a medicina, teve a oportunidade de ingressar na carreia política. Em 1867, foi eleito deputado-geral pelo Rio de Janeiro. Em 1873, após quatro anos afastados da política, retomou suas atividades como vereador. Em 1878 foi novamente eleito à Câmara dos Deputados, representando o Rio de Janeiro, cargo que exerceu até 1885 quando chegou ao fim das suas atividades políticas, após 30 anos de serviços. O fim desta missão abriu espaço para que outra missão chegasse, esta mais nobre ainda, que levou sua mensagem à imortalidade.
Seu primeiro contacto com a Doutrina Espírita deu-se quando “O Livro dos Espíritos” foi traduzido para a língua portuguesa pelo também médico Dr. Joaquim Carlos Travassos, que ofereceu-lhe um exemplar. Sobre a sua primeira impressão da obra o Dr. Bezerra de Meneses registrou: ”Parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença."
A partir de 1883, com o lançamento do periódico Reformador, passou a colaborar com a redação de artigos doutrinários. Em 1889, Dr. Bezerra de Meneses foi eleito presidente da Federação Espírita Brasileira e dentre seus maiores contributos estão: o início dos estudos sistemáticos de "O Livro dos Espíritos" nas reuniões públicas; exerceu a tarefa de doutrinador de espíritos obsessores; organizou e presidiu um Congresso Espírita Nacional, com a presença de instituições de diversos estados; defendeu junto ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, os direitos e a liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal Brasileiro de 1890.
Em 1892 traduziu o livro "Obras Póstumas" de Allan Kardec enquanto era vice-presidente da FEB, na gestão de Francisco de Menezes Dias da Cruz. Em 1895 a reassumiu a presidência da FEB, função que exerceu até à data de seu desencarne. Nesta gestão deixou como principais legados: o início do estudo semanal de "O Evangelho segundo o Espiritismo", fundou a primeira livraria espírita no país e ocorreu a vinculação da instituição ao Grupo Ismael e à Assistência aos Necessitados.
Seu desencarne deu-se devido a um acidente vascular cerebral, na manhã de 11 de abril de 1900. Neste momento juntou em luto, uniu pobres e ricos.
Sua contribuição para o desenvolvimento da humanidade continuou mesmo após seu desencarne. Além de seu legada imortal, seu espírito continuou a escrever livros através da psicografia de médiuns como Divaldo Pereira Franco, Yvonne do Amaral Pereira e Francisco de Assis Periotto.
Por tudo o que já foi mencionado, é inestimável a importância do Dr. Bezerra de Meneses ao movimento espírita.
Por Lisie Garcia
Fontes
www.febnet.org.br
www.bvespirita.com
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