A fé: mãe da esperança e da caridade
A fé: mãe da esperança e da caridade
"Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.
A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável.
Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor?
Se não tiverdes fé, que esperareis?
Não é a fé que dá o amor?
Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?
Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem.
É a base da regeneração.
Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar, que será do edifício que sobre ela construirdes?
Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis.
Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.
A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la.
Encontra palavras persuasivas que vão à alma, ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta.
Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens.
Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé.
Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida.
Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade.
Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do fim que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes.
Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé."
– José, Espírito protetor. (Bordeaux, 1862.)
Capítulo XIX - Instruções dos Espíritos, 11. A fé: mãe da esperança e da caridade
O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec
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