A Catedral da Humanidade que arde aos olhos dos Homens
Serve de gesto de grande simbolismo que do topo dos padrões religiosos, tenhamos as demonstrações de infortúnio, revelador do estado do planeta.
Quis o destino e o concílio espiritual da psico-esfera terrestre, por decisão muito unanime e profunda, tomada aquela construção, fosse espelho oposto dos destinos da Humanidade.
A GRANDE IGREJA ardeu e sucumbiu à mais intensa força da natureza: O FOGO. O fogo não foge ao acaso das razões, uma vez que nutre o planeta desde o seu interior, ao astro que dos altos céus nos nutre.
A Grande Igreja é bela, sublime arte, obra grandiosa demonstrativa das capacidades Humanas de outras eras. Porém, os mesmos Homens que a construíram queimaram à fogueira outros Homens sobre o mesmo motivo austero que ergueram este nobre monumento à sua fé. Parece assim, que grandes capacidades se juntaram para erguer esta nobre Casa de fé intangível pelos mesmos corações embrutecidos que provocaram na sociedade grandes sofrimentos.
Deixámo-la erguer-se. Bela e grandiosa para que todo o Mundo a visse e unanimemente a contemplasse por ser bela e harmoniosa aos olhos de todos. Torna-se pedaço de verdade que a todos faz jus ao que é verdadeiramente belo. Por isso, antes de ontem, dia derradeiro, almas preparadas, incapazes de percepcionar o perigo alheio da combustão dos materiais, fizeram perecer o mais belo dos cenários: A Grande Igreja.
Assim, se desfez a arrogância do Homem, que para adorar a Deus, constrói pirâmides e igrejas e esquece da justeza dos povos e crueldade das instituições, que deixa perecer à Fé de Deus, almas torturadas à porta da Grande Igreja.
Perdoem-me o regozijo. Não o faço por mal. Aliás, pesa-me aos olhos, o choro do povo, a gritar às chamas que consomem tal Grande Igreja. Mas agora todos sabem que nenhum mal no Mundo Terreno tem de durar. Porque a Grande Igreja fez aparecer de toda a Terra forças suficientes para erguer mil grandes novas igrejas, como esta, ou, maiores ainda que esta.
A Grande Igreja agora, mesmo escura, com odor a fumo e água que respinga pelas frestas dos telhados, negros do muito espesso fumo que cobriu a Grande Igreja, vem demonstrar ao Mundo, que, se o Mundo quiser, pode curar os males da Humanidade e dar condições a todos os espíritos que aqui habitam encarnados, de viver em condição muito digna do Criador, e, assim, não perecerem às terríveis crueldades das diferentes perdas e materiais.
Toda a Terra aclamou, toda a Terra viu, toda a Terra bradou as labaredas.
Agora, nem todos, mas muitos vão bradar, o muito esforço que farão para construir de novo o que o fogo tudo consumiu.
Não calarão como antes, porque agora, enfim, perceberam que a vontade de curar os males da Humanidade é pouca, mas os recursos são muitos.
Estarão de ora avante, os olhos postos na Grande Igreja e naqueles que gastarão nela valiosos recursos.
Farão constar da falta que estes recursos em outras mãos fariam. Farão o Mundo sentir que uns têm tanto, para outros tão pouco levarem na vida.
Ó Grande Igreja, espelhas tu nos teus vitrais, a vontade desarmada de fazer dos Homens criaturas de Deus, mais justas e menos desprezadas. Não ardeste em vão. Todos agora saberão que do alto dos banquetes, um pouco do muito é o bastante para os males curar.
Bem-hajas fiel companheiro que ouves as palavras deste escudeiro que, sendo fiel a El Rey, não pode deixar de pensar nas almas que encontra na hora de embainhar a espada de uma vez para sempre.
Despeço-me em Graça Divina pois foi nestes modos que me trouxeram a este local sereno para fazer escutar as minhas palavras. Servem estas palavras para que todos saibam que a transformação está a posso de cavalo que a trote corre monte fora.
Rápido como uma flecha. Certo como a morte. Esperai, nós estamos a caminho, em breve vou voltar e escolhi este lugar para a minha próxima visita. Ocorrerei em ofícios de justiça. Farei justas decisões. Contribuirei em causa justa. Tal como em escudeiro de El Rey. Mas agora, El Rey não está. Sirvo o Senhor, sempre foi o meu Senhor. El Rey de toda a Glória o nosso fiel Jesus.
Um braço armado, do peso da armadura. Leve do peso da espada.
Escudeiro Real
Jean Baptiste Fidel Del Rey
1432
Psicografado a 17 de Abril de 2019
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