Poemas de Natal – CHICO XAVIER (Parte III)

Sentimentos do Natal

Há claridade nos incêndios destruidores que consomem vidas e bens... Resplendor sinistro transparece nos bombardeios que trazem a morte. Reflexos radiosos surgem no lança-chamas.

Relâmpagos estranhos assinalam a movimentação das armas de fogo... No Evangelho, porém, é diferente... Comentando o Natal, assevera Lucas que o Cristo é a luz para alumiar as nações.

Não chegou impondo normas ou pensamento religioso. Não interpelou governantes sobre processos políticos. Não disputou com os filósofos quanto às origens dos homens.

Não concorreu com os cientistas na demonstração de aspectos parciais e transitórios da vida... Fez luz no espírito eterno... Embora tivesse o ministério endereçando aos povos do mundo, não marcou a sua presença com expressões coletivas de poder, quais exército e sacerdócio, armamentos e tribunais.

Trouxe claridade para todos, projetando-a de si mesmo. Revelou a grandeza do serviço à coletividade, por intermédio da consagração pessoal ao Bem infinito... Nas reminiscências do Natal do Senhor, meu amigo, medita no próprio roteiro.

Tens suficiente luz para a marcha? Que espécie de claridade acendes no caminho? Foge ao brilho fatal dos curtos-circuitos da cólera, não te contentes com a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo em voo baixo, dentro da noite, apaga a labareda do ciúme e da discórdia que atira corações aos precipícios do crime e do sofrimento.

Se procuras o Mestre Divino e a experiência cristã, lembra-te de que na Terra há clarões que ameaçam, perturbam, confundem e anunciam arrasamento... Estarás realmente cooperando com o Cristo, na extinção das trevas, acendendo em ti mesmo aquela sublime luz para alumiar?

Chico Xavier

Luz de Deus

Natal é a luz de Deus que nos alcança,
Em casa, triste mãe exclama, reverente:
"Jesus, salva meu filho infeliz e doente,
Em Ti, Senhor, é a nossa última esperança!..."

De vizinha mansão, ouve-se voz pungente:
"Jesus, rogo socorro!... Sei que a morte avança..."
"Jesus, cura meu pai!..." - dizia uma criança,
Mostrando o coração terno e inocente.

Um Juiz, num salão, consulta um livro e pensa:
"Que faria Jesus, lavrando esta sentença?..."
Jesus!... -Um nome só, em milhões de louvores!...

Pastor, que Deus nos concedeu para milênios!...
Natal é a gratidão ao mais sábio dos gênios,
Que nos conduz à paz e afasta as nossas dores.

Chico Xavier

 

Prece Do Natal - Por Emmânuel

Prece do Natal
Senhor!
Enquanto o júbilo do Natal acende a flama da oração, renova-nos por dentro para o mundo melhor.
Há quem diga que a fé se perdeu nas engrenagens da civilização e que a ciência na terra apagou a luz espiritual.
Em verdade, Mestre, o homem que já controla as energias atômicas prepara-se à conquista das forças cósmicas, qual se fosse comandante da vida.
Entretanto, à frente dos olhos, não temos somente o egoísmo e a vaidade que lhe comprometem a grandeza, semelhante a magnificenle palácio sobre chão de explosivos...
Em toda parte, marginando a carruagem dos poderosos, arrastem-se os vencidos de todas as condições. Muitos enlouqueceram, no excesso de conforto, e vagueiam nas furnas dos entorpecentes; outros, terrificados na visão dos crimes perfeitos, nas-cidos da pompa intelectual, jazem mutilados mentalmente nas trincheiras do hospício... Milhões erguem os braços por antenas de dor, no imenso mar das provações humanas, quais náufragos, nos esga-res da morte, junto de multidões agitadas e infelizes, cansadas de incerteza e desilusão. . .
Por tudo isso, Senhor, nós, que tantas vezes Te negamos acesso às portas da alma, esperamos por Ti, nos campos atormentados do coração.
Dobra-nos a orgulhosa cerviz, diante da manjedoura, em que exemplificas a abnegação e a simplicidade e perdoando ainda as nossas fraquezas e as nossas mentiras, ensina-nos, de novo, a humildade e o serviço, a concórdia e o perdão, com a melodia sempre nova do Teu cântico de esperança:
— Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens!. . .

EMMÂNUEL, do livro À Luz da Oração de Chico Xavier

 

ESPÍRITO: EMMANUEL.

Na celebração do Natal, diminui quanto possível a matança dos animais – nossos companheiros na romagem evolutiva. Não olvidemos que o Senhor encontrou junto deles o seu primeiro lar, na insegurança da estrebaria.

Continuando a reflexão sobre a vida dos Amigos para sempre, este capítulo aborda um conto natalino, além de nos brindar com uma linda mensagem do nosso querido Emmanuel, que se encontra no Livro Fonte Viva. Que possamos refletir sobre o Natal, seu real significado e como o vivemos a cada ano. Feliz Natal a todos! Boas Festas, que nosso Mestre Jesus nos ilumine e ampare sempre!!!!

 

“Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa-vontade para com os homens.”
LUCAS, 2:14

As legiões angélicas, junto à Manjedoura, anunciando o Grande Renovador, não apresentaram qualquer palavra de violência. Glória a Deus no Universo Divino. Paz na Terra. Boa-vontade para com os Homens. O Pai Supremo legando a nova era de segurança e tranqüilidade ao mundo, não declarava o Embaixador Celeste investido de poderes para ferir ou destruir.

Nem castigo ao rico avarento.
Nem punição ao pobre desesperado.
Nem desprezo aos fracos.
Nem condenação aos pecadores.
Nem hostilidade para com o fariseu orgulhoso.
Nem anátema contra o gentio inconsciente.
Derramava-se o Tesouro Divino, pelas mãos de Jesus, para o serviço da Boa-Vontade. A justiça do “olho por olho” e do “dente por dente” encontrara, enfim, o Amor disposto à sublime renúncia até à cruz. Homens e animais, assombrados ante a luz nascente na estrebaria, assinalaram júbilo inexprimível…

Daquele inolvidável momento em diante a Terra se renovaria. O algoz seria digno de piedade. O inimigo converter-se-ia em irmão transviado. O criminoso passaria à condição de doente. Em Roma, o povo gradativamente extinguiria a matança nos circos. Em Sídon, os escravos deixariam de ter os olhos vazados pela crueldade dos senhores. Em Jerusalém, os enfermos não mais seriam relegados ao abandono nos vales de imundície.

Jesus trazia consigo a mensagem da verdadeira fraternidade e, revelando-a, transitou vitorioso, do berço de palha ao madeiro sanguinolento. Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros.

Natal! Boa Nova! Boa-Vontade!…

Estendamos a simpatia para com todos e comecemos a viver realmente com Jesus, sob os esplendores de um novo dia.

LIVRO: Fonte Viva – Emmanuel / Chico Xavier

 

 

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