
Info:
“ (…) O título deste livro indica claramente qual é o seu objectivo. Nele juntamos todos os elementos apropriados para esclarecerem o homem sobre o seu destino. Como nos nossos outros livros sobre a Doutrina Espírita, nada introduzimos que seja produto de um sistema preconcebido ou de uma concepção pessoal, que não teria qualquer autoridade : tudo nele foi deduzido da observação e da concordância dos factos.”
in Revista Espírita, edição de setembro de 1865
O O Céu e o Inferno, escrito por Allan Kardec e publicado em 1865, é 4º livro da codificação espírita.
O livro encontra-se dividido em duas partes. A 1ª Parte – Doutrina - é composta por 12 capítulos, a saber: I – O Futuro e o Nada; II – Receio da Morte; III – O Céu; IV – O Inferno; V – Quadro Comparativo do Inferno Pagão e do Inferno Cristão; VI – O Purgatório; VII – Doutrina das Penas Eternas; VIII – As Penas Futuras Segundo o Espiritismo; IX – Os Anjos; X – Os Demónios; XI – Intervenção dos Demónios nas Modernas Manifestações; XII – Da Proibição de Invocar os Mortos. Assim sendo, a 1ª parte faz a comparação entre várias doutrinas sobre a passagem da vida física para a vida espiritual e fala-nos sobre o céu, o inferno, o purgatório, os anjos, os demónios, as penas e as recompensas futuras. Em relação a esta parte do livro, no seu prefácio é mencionado “O dogma das penas eternas ali é examinado de um modo especial, e refutado por argumentos tirados das próprias Leis da Natureza, que dele demonstram não somente o lado ilógico, tantas vezes já assinalado, mas a impossibilidade material.”
A 2ª parte – Exemplos – é composta por 8 capítulos: I – A Passagem; II – Espíritos Felizes; III – Espíritos em Uma Condição Mediana; IV – Espíritos Sofredores; V – Suicidas; VI – Criminosos Arrependidos; VII – Espíritos Endurecidos; VIII – Expiações Terrestres. Deste modo, a 2ª parte inclui numerosos depoimentos, recolhidos em reuniões mediúnicas, de espíritos que estavam em diversas graus de felicidade ou de infelicidade depois de terem desencarnado, ou seja, “encerra inúmeros exemplos em apoio à teoria, ou melhor que serviram para estabelecer a teoria.”
Alguns excertos da obra:
“20. Segundo o Espiritismo, nem anjos nem demónios são seres à parte; a criação dos seres inteligentes é una.”
in O Céu e o Inferno, capítulo X (1ª Parte)
“ 2. Sabe-se também que as diversas categorias de espíritos bons e maus não constituem seres de diferentes espécies, mas que apenas indicam graus diferentes de adiantamento. Segundo o lugar que ocupam, por causa do seu desenvolvimento intelectual e moral, aqueles que se manifestam se apresentam sob aspectos muito opostos, o que não os impede de haver saído da grande família humana, assim como o selvagem, o bárbaro e o homem civilizado. ”
in O Céu e o Inferno, capítulo XI (1ª Parte)